02 dezembro, 2010

O ano da frustração brigando com a esperança

Dezembro chegou - de novo, e muito antes do esperado! Um ano de muito trabalho - muito mesmo - onde os objetivos firmes foram perseguidos com muita garra, horários foram estendidos, o cansaço se acumulou demais. Os negócios ajustados, acordados e contratados meses atrás ainda não foram concluídos. Falta o pagamento.

E foi preciso lidar com a frustração - a cada semana a promessa de resultados se diluiu em procrastinações... Mais uma semana de esperança, e outra negativa.... Mas na próxima tudo vai acontecer! E a velha chama do otimismo sempre achou forças para atravessar o final de semana.

A burrocracia esticou prazos, dando a impressão de que cada documento foi preenchido à base de uma palavra por dia, que nosso documento era devolvido à base da pilha sempre que chegava sua vez de ser assinado... E nos insondáveis corredores institucionais, onde perícias são refeitas para conferir as conferências e onde ninguém decide nada se não estiver calçado em documentos e pareceres que o eximam de qualquer responsabilidade, nossos créditos ficaram à espera da luz do dia em que - finalmente - chegarão até nós.

Confesso o meu cansaço e desapontamento. Sei que o que já foi feito - e com quem foi feito - traduz uma bênção divina, que o que realizamos até agora é a maior empreitada de nossas vidas e que em breve poderemos descansar e planejar a porção final de nossas vidas com tranquilidade. Mas a falta absoluta de controle desse processo, a necessária humildade para reconhecer meu pequeno tamanho diante desse favorecimento do Universo e a necessidade de engolir - todas as semanas, uma a uma - a frustração do "não-resultado", sem a real medida dos progressos havidos, enquanto continuava a luta paralela para criar novas chances de faturamento, tentando administrar os credores à porta... é um processo de esmeril do espírito, um recorte - fibra por fibra - da fortaleza interior, um dreno na energia que a auto-superação sempre injetou no coração valente!

É hora de chegar na praia, após a longa travessia. É hora de poder relaxar e descansar a alma. É hora dos burrocratas concluírem sua dança circular e - sem medo - depositarem o que é nosso por direito. É hora do Pai pôr Sua mão sobre nossa cabeça e nos conceder Sua bênção.

Abençoa-nos, Pai.