27 setembro, 2008

Cresce o clã


No dia 14, um domingo de manhã, o Theo chegou - forte e sereno. A cesariana foi necessária, o que manteve a ele e à sua nave-mãe na maternidade até a terça-feira. Papai Cláudio ficou de plantão o tempo todo - e voltaram para casa como uma nova família!
Chegar ao mundão aqui fora - usando por referência o útero, "lá dentro" - sempre foi assustador, para todos nós que nascemos, um dia. As luzes, as texturas, os sons e cheiros, tudo isso obriga esse cérebro virgem a fazer milhões de sinapses, sem saber direito em que direção, tentando achar sentido, padrões, formas que se repetem, atos que têm conseqüências, porque a dor da fome ou da cólica precisa ser evitada - e a gente precisa sobreviver.
Somos protegidos - graças a Deus, temos uma família que nos ama e cuida - e as coisas básicas acontecem, mas logo precisamos nos relacionar com esse pessoal, reconhecer quem é quem e o que eles querem da gente!
E os pequeninos que nascem de qualquer jeito, que são rejeitados ou abandonados?
Chegar ao mundão aqui fora sempre foi assustador, mas deve ser muito pior para eles. Os amados, como o Theo, terão a chance de aprender o amor, a compaixão e a segurança, e espero que ele seja saudável, capaz e feliz! Mas neste momento também penso em alguém que nasceu nesse mesmo domingo e que terá uma parada dura pela frente.
Peço ao Universo uma graça para esse outro "tatuchinho", para que ele tenha a sua chance de crescer e aprender, porque, de algum modo, ele viverá no mesmo mundão do Theo. E se ambos se encontrarem, no futuro, que saibam reconhecer-se como irmãos - e não se odeiem por terem tido berços diferentes.

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